quinta-feira, 1 de abril de 2010

A verdade é nosso monstrinho particular


Me peguei pensando em pessoas. Não as que conheço, mas as que não se conhecem. Somos nós quem tornamos a vida perigosa quando acreditamos que sabemos tudo do coração um do outro. Quantos mistérios baratos, quantos pesadelos loucos, quanta insônia, quantos sonhos. E por falar em sonhos o que tive ontem a noite me fez acordar as 4h da madrugada com medo.O curioso é quem nem foi um sonho sobre fim do mundo, nem morte, nem monstros e nem tão pouco (graças a Deus) sobre aviões caindo.Desde pequena eu vivo sonhando com aviões caindo e ainda não entendi o porque, mas também não faço questão em descobrir. Eu sonhei com alguns amigos, encontro, conversas... amigos,enfim.

Em meu pensamento estava um grupo de pessoas estranhas, desconhecidas do meu dia a dia, mas que por algum motivo o destino reservara algumas horas para estar com elas em algum lugar.Imaginei todos contando de suas fraquesas e fragilidades. Todos nós sabemos que ao conhecer alguém o nosso subconsciente já entra estantaneamente em ação e começa a programar de uma forma natural, porém estrategista e vaidosa a nossa auto-exaltação. Me perdoem a franquesa, mas não conheço ninguém que ao conhecer outra comece uma relação de amizade ou de algo mais falando de seus próprios defeitos. Algumas confissões acontecem, mas em pequena escala. Eu repito: ao conhecer alguém, um ser humano tenta demonstrar que ate mesmo seus defeitos são explicáveis, tem sentindo e podem até fazerem bem. Em síntese o defeito nem é tão defeituoso assim quanto parece.

Eu, curiosa por natureza, imagino como seria conhecer alguém e começar a falar de todas as coisas que faço e não gosto. De todas as coisas que tento e não consigo, de todas as coisas que olho e não enxergo, de todas as coisas que sinto e não assumo, de todas as coisas que prego e não vivo, de todas as coisas que quero,mas não consigo...

A sinceridade provoca entre outras coisas espanto.Mais espanto que admiração, porém nunca se sabe de tudo. É a vida se perdendo em outras vidas. O sábio Wiliam M. Bulger dizia que não há nada que melhor defina uma pessoa de que aquilo que ela faz quando tem toda liberdade de escolha. Mas a verdade é que toda verdade assusta. Nós somos assustados quando lembramos que o amanhã não é uma escolha e sim, um risco. Juramos fidelidade e amor eterno diante do padre e de Deus, mas não juramos a nós próprios. E se um dia tudo acaba é porque tinha de ser assim. Tão fácil dizer que a culpa não foi nossa e tão falso dizer que poderíamos ter mudado as evidências.

Podemos mudar as conseqüências das coisas se conseguirmos mudar as causas?
- Sinceramente eu não acho que somos responsáveis por todas as conseqüências, assim como também não acho que estamos livres de algumas culpas. A palavra “felicidade” virou alvo de caça constante, estágio elevado do espírito, sorte de poucos. Uma espécie de “estado maior da alma" provocado pelo exercicio diário da "inteligência emocional” ou “reação fisiológica causada pela quantidade de informações positivas armazenadas e absorvidas pelo cérebro”. A felicidade é perseguida e questionada como o ponto de referencia dos mais sábios, a melhor recompensa pros simples de coração e o mais complicado passageiro de todas as frotas. Eu penso que melhor seria se a felicidade fosse um questionamento divino como numa passagem do livro “Ilusões” de Richard Bach, que diz: E o que farinham vocês se o mestre Deus lhes falasse diretamente em pessoa e dissesse: Ordeno que sejas feliz no mundo enquanto viveres?
E depois ainda vem o gonzaguinha me explicando que são tolices das pessoas, apenas mais um ponto de interrogação.

Eu não quero parecer cruel, mas ninguém espere que o mundo levara mais em conta suas virtudes que seus defeitos. A sociedade sempre será hipócrita com seus filhos e os grandes empresários sempre usarão a mídia para fazerem lavagem cerebral de seus produtos. As sogras sempre irão implicarem com suas noras e as rádios sempre ditarão disfarçadamente ao povo o que ele deverá ouvir. Não há nada de novo abaixo do sol. Portanto se tem algum detalhe que fará importância em nossa vida é o fato de que minha verdade pode não ser a sua e vice versa, portanto a felicidade é muito particular e intransferível. Seja ela chamada de um estado passageiro ou algo que se pode viver constantemente. A alegria pode brotar de um sorriso ou de um choro.Você pode ser o exemplo ou o escárneo, mas suas escolhas é que são suas referencias.
Vivamos apenas nossa vidas, pois dos outros não entendemos absolutamente nada. E não se preocupe com o óbvio, pois tudo é imprevisível. O desconhecido é a adrenalina da vida. Carpe Diem.

Aninha Marques

2 comentários:

  1. Tô com saudade de tu!

    Minha garçonete preferida de Gravatá. Grande beijo e saudade daqui de Salvador.

    Meu e-mail: marciodsantana@hotmail.com

    Beijão de
    Márcio de Santana

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  2. Demorei pra entender o "garçonete", mas agora lembrei.
    kkkkkkkkkkk.

    Viu o quanto temos talento pro teatro?
    kkkkkkkkkkk.

    abraços, querido amigo

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